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A mosca-das-frutas e a grafolita são as duas principais pragas da cultura da macieira. No caso da mosca, se ela não for controlada, pode causar 100% de danos nos pomares e inviabilizar por completo a plantação. Para combater os insetos-praga e não usar tanto químico, a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) recomenda que os produtores usem armadilhas com produtos alternativos como suco de uva e feromônio com um programa de monitoramento. Os dois produtos atraem a mosca-da-fruta e a grafolita, respectivamente, que ficam presas em um frasco. O produtor deve monitorar estes frascos, que ficam espalhados pelo pomar, duas vezes na semana e somente quando a incidência dos insetos nestes frascos chegar a um certo nível deve começar a aplicação dos químicos.
— A mosca-das- frutas é a principal praga. Em segundo lugar nós temos a grafolita, depois a lagarta enroladeira, que ataca o fruto externamente e o ácaro vermelho europeu, que, embora ataque somente as folhas, causa danos indiretos nos frutos. No caso da mosca-das-frutas, em ano de alta incidência pode causar 100% de dano se o pomar é localizado em beira de mato, porque ela se multiplica em hospedeiro silvestre. Depende muito da localização do pomar. No caso da grafolita, se o produtor não tomar providências e não monitorar o pomar a praga pode causar prejuízos sérios também — explica o pesquisador Luiz Ribeiro, da Epagri.
A mosca-das-frutas é atraída pelo cheiro do suco de uva e fica presa no frasco montado pelo produtor. Já no caso da grafolita é usado feromônio sexual, que atrai os machos para esta armadilha. O pesquisador diz que a quantidade de frascos com produtos atrativos espalhados pelo pomar varia muito de acordo com as características da plantação, principalmente a área cultivada. Segundo ele, os produtores devem procurar se informar com especialistas da região ou buscar informações em livros e pesquisas que explicam exatamente como estas armadilhas devem ser feitas e qual é a quantidade adequada para cada produtor.
— Isso varia muito de acordo com as características de cada pomar. Pra dar uma ideia, para a mosca-das-frutas, em um pomar de 12 hectares se utiliza quatro frascos, pomares de até 20 hectares, se utilizam quatro frascos mais um frasco a cada dois hectares e assim por diante. Já para a grafolita, deve ser usada uma armadilha com feromônio a cada três a cinco hectares. O produtor precisa se informar sobre o seu caso específico. No caso da mosca-das-fruta, a instalação das armadilhas deve ser feita logo após a floração. O período crítico da mosca aqui no Sul do Brasil são os meses de verão, entre Novembro e Fevereiro. Nestes quatro meses se recomenda ter as armadilhas. Para o controle da grafolita, já é um pouco mais cedo, a partir de setembro já começam a aparecer os primeiros insetos nos pomares e o produtor já pode colocar as armadilhas — ensina Ribeiro.
O uso dos químicos só deve ser feito após a infestação chegar a um determinado nível que tem que ser consultado porque depende do tamanho do pomar. Para o combate da mosca, os pesquisadores da Epagri ainda não conseguiram descobrir nenhum princípio ativo químico mais moderno, então, ainda são usados inseticidas à base de fosforato. Já no caso da grafolita, já existem inseticidas de nova geração que são os reguladores de crescimento e atuam na larva. Existem também os inseticidas biológicos e os feromônios. Este último, é um produto que atua só no comportamento dos insetos, evitando o acasalamento. Ribeiro explica que isto é fundamental porque se não houver acasalamento não há ovo e sem ovo não nasce nenhuma larva para atacar os frutos.
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